

Como forma de elogiar um dos poucos sitios, se não o único, onde podemos consumir rock nas Taipas, o TAIPAS ROCK criou a seguinte votação: Qual foi, para ti, o melhor concerto no N101?
Para evitar conflitos não foram incluídas bandas das Taipas na votação, mas isso não excluí o facto destas terem proporcionado grandes concertos como certamente o fizeram. Em relação a outras que faltam, não seria possivel colocar todas e fica aqui um humilde pedido de desculpa.
| Cratera + Chemical Wire | N101 - Taipas | ||
| VIMARANES METALLVM FEST | Guimarães | ||
| Festa da Juventude | Taipas | ||
| IMPROVISO BAR | Espinho | ||
| Sala de Ensaios | Vila Verde |
Preços:
Compra Antecipada1 Dia: 6€
2 Dias: 12€ (Oferta da compilação Milhões de Festa)
Compra no Dia1 Dia: 8€
2 Dias: 15€
O princípio foi... "uma guitarra de dez contos e um disco dos Sex Pistols"
Rock, suor e cerveja no N101
Houve certos episódios na história da música popular, leia-se da pop e do rock de origem anglo-saxónica e a partir da segunda metade do século passado, que ficaram associados a cidades e a sítios concretos. Nova Iorque é a primeira que poderá saltar à ideia, Londres, Manchester também. Quanto aos “sítios concretos” houve o The Cavern ou o UFO Club, onde os Beatles e os Pink Floyd, respectivamente, deram os primeiros concertos. O CBGB berço do underground nova-iorquino. Ou ainda o Hacienda em Manchester.
Temos conhecimento hoje destes episódios como factos consumados da história. Isto é, conhecem-se os pontos de referência, mas menos fácil será saber o que poderá ter estado na origem daqueles movimentos e o que liga, ao longo da história, aqueles pontos de referência, a que se foi dando nomes como pop, rock, punk, psicadélico, new wave, madchester, trip-hop, post-rock, etc. É esta parte da história que parece ser mais estimulante: saber o que determina a passagem de uma “onda” para outra.
Vem tudo isto a propósito do concerto em dose-dupla que aconteceu no passado fim-de-semana, no Bar N101, com os GUIZO e os SCOUNDRELS. O mesmo palco onde já tocaram SMARTINI, SLIMMY, MANTRA, ALL STAR PROJECT, só para lembrar alguns.
Uma noite quente e húmida, associada à exiguidade do espaço, tornou o ambiente sequioso de bebida (álcool), propício ao consumo música e corpos em movimento. O melhor rock fazia-se ouvir logo à chegada, com o dj I’M NOT A DJ (aka Horácio), contagiando as almas e corpos presentes e forçando ainda mais o ar.
Os GUIZO subiram ao palco já era domingo. Abriram com Gone 4 2 Days, passaram em revista 1979 dos Smashing Pumpkins e o Um Céu Para o Meu Cão dos SUBCULTURA. Rock competente e sem ligeirezas.
Depois vieram THE SCOUNDRELS (NEXT DOOR) e mais uma vez o rock visceral que nos punha (imaginamos) numa noite no CBGB. Veio também o “tributo” ao legado 70’s dos The Who.
Destacar as músicas não originais das bandas não deve ser entendido como uma depreciação das músicas originais. Nada disso. Deverá servir antes como um estímulo para conhecer, numa próxima oportunidade, o que de melhor se vai fazendo nas Taipas em termos musicais e que não é de todo de desprezar.
Depois dos concertos, já em regime de jam session a música continuou e o volume de som aumentou até ao final da noite. Foi pena que o que se fazia no palco tenha roubado tempo e espaço à prestação do I’M NOT A DJ, que contribuiria por certo para alargar as geografias sonoras.
Depois daquela reflexão inicial, poderá ser legítimo deixar a questão: será que estamos, hoje e aqui, a assistir uma coisa realmente grande? Eu gosto de acreditar que sim. Para quem não foi, que vá para a próxima. Talvez estejamos a fazer parte da história. Pelo menos da nossa história.
De facto podemos considerar que com esta combinação de bandas e estilos, o público presente, que pela expectativa criada prevê-se ser muito, irá sair satisfeito de mais uma das já várias noites de música, que muito têm dinamizado a nossa vila. De facto, já ultrapassamos o patamar típico de queixume no que respeita à falta de oferta de actividades. Não meus amigos, cada vez mais temos também a obrigação de dizer presente a iniciativas deste tipo, ainda para mais quando a qualidade existe.
Assim, no final do teu cafezinho, reúne-te com a tua malta e comparece por volta das 22H30, naquele que cada vez mais é um espaço de irreverência, afirmação e oportunidade.
No final das actuações dos Guizo e dos The Scoundrels, há espaço para o rock dançante de I’m not a Dj.
Uma noite que promete... agora a escolha é tua…
Descalçamos as botas, deixamo-nos confortáveis e calmamente nos entregamos ao som de Guizo. Um projecto de Pedro Conde e que nos chega das Taipas. Lugar este, que tem vindo a demonstrar boas colheitas nos últimos tempo. Mantra, Smartini, e agora Guizo.
Uma pequena amostra com quatro temas, mas mesmo assim, já se nota a grandeza e um futuro firme para este projecto taipense.
As influências pós grunge são notórias e assumidas. A melodia encaixa perfeitamente em todos os temas. O primeiro tema “Running from Yesterday” o mais viciante do disco, deixa-nos logo com a melodia na memória e com vontade de a voltar a ouvir.
Os dois temas seguintes, “Gone 4 2 Days” e “Problem for You” deixa-nos na suavidade e o refrão de cada uma são já factos notórios de singles contagiantes. Todos estes temas servem de excelentes singles.
Guizo apresenta-se assim da melhor forma. Sem complexos. Sem receios. Com muita vontade de caminhar em frente.
“Lonely Walls” o último tema, tema forte, deixa-nos com água na boca. Queremos mais. Força!
Vítor Pinto
fenther.net